Enthesis as a target organ in rheumatic diseases: an expanding frontier
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Clinical Rheumatology , Volume 36 Issue 10 pp 2163–2165
EDITORIAL
Entesopatias são envolvimentos das ênteses em quaisquer processos patológicos, quer inflamatório, metabólico, traumático ou degenerativo, e é reconhecido como uma característica de várias desordens reumáticas sistêmicas. Na prática clínica, entesopatia é frequentemente uma questão secundária. Dados recentes explicam o papel das entesopatias na maioria das desordens reumáticas.
Ênteses são sítios de ligação de tendões, ligamentos, fáscias e cápsulas articulares aos ossos. Ênteses fibrosas são comumente associadas a músculos grandes que se ligam diretamente a grandes áreas das diáfises ou metáfises de ossos longos e dissipam o estresse dos tendões sobre o tecido ósseo. Os músculos deltóides e adutores magnos, por exemplo, ligam-se aos ossos via ênteses fibrosas. Ênteses fibrocargilaginosas apresentam arquiteturas mais sofisticadas, ligam-se às extremidades epifisárias ou apofisárias, frequentemente na vizinhança de articulações sinoviais, e além de dispersar as forças contráteis, permite movimento preciso sobre as juntas. A maioria das ênteses do corpo são FIBROCARTILAGINOSAS. Estas podem incorporar fibrocartilagem não calcificada e calcificada, coxins adiposos, bursas e sinóvias além do tendão, composto por tecido conjuntivo fibroso denso, e osso adjacente. O termo “órgão êntese” foi sugerido para refletir a complexa anatomia e multifuncionalidade das ênteses fibrocartilaginosas.
Nas espondiloartropatias, entesites são consideradas como manifestações clínicas significativas e importantes para a patogênese. A entesite reforça o diagnóstico de antropatia psoriásica ou artrite relacionada a entesites juvenis, por exemplo, mesmo na ausência de envolvimento articular. Em nossa experiência, contudo, as doenças enteseais em outras doenças reumáticas é frequentemente relegadas a um papel subsidiário para doenças articulares ou mesmo negligenciada. No entanto, recentes avanços em exames de imagem em reumatologia sugerem que ênteses podem ser primárias, os principais alvos das doenças em muitas condições reumáticas prevalentes.
Polimialgia reumática (PMR) é um exemplo esclarecedor. PMR, uma doença misteriosa do envelhecimento, manifesta-se como rigidez matinal e dor tipo inflamatória nos ombros e na pelve e é acompanhada por marcadores inflamatórios séricos elevados, revela-se uma entesite/bursite sobre imagem de ressonância magnético (MRI). Em um estudo, a maioria dos pacientes com PMR tinha um padrão “extracapsular” de inflamação MRI e completa responsividade a glicocorticóides, enquanto outras demosntraram mais inflamação capsular e resposta imprecisa a glicocorticóides; mas envolvimento significativo de ênteses foi revelado em praticamente todos os pacientes PMR. Apesar de ainda não revelar a etiologia da doença, entender o envolvimento da ênteses na PMR pode ser importante clinicamente, facilitando o diagnóstico diferencial, e a localização precisa da êntese/bursa na PMR pode ajudar nas estratégias de planejamento e tratamento.
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https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs10067-017-3749-8